domingo, 5 de junho de 2011

Uma metamorfose em que ninguém acredita

Como num passe de mágica, os barões da mídia passaram a dedicar espaços generosos à violência no campo e a cobrar ações do governo. Ué, mas lutar pela posse da terra, contra a grilagem e pela demarcação das terras indígenas e dos quilombololas não sempre foi, para os jornalões, a Veja e a Globo, coisa de  baderneiros e desocupados ?


No vale-tudo para tentar desgastar o governo, a mídia não hesita inclusive em se travestir de porta-voz das famílias enlutadas pelo assassinato de ente queridos. Neste tipo de aminésia oportunista e velhaca, os meios de comunicação varrem, às pressas, para debaixo do tapete, anos a fio de preconceito contra os movimentos sociais e de criminalização da pobreza.

Será possível que os Marinho e os Frias desprezem tanto a inteligência das pessoas ? Como esquecer do tratamento dispensado ao MST, por exemplo ? E desde quando o PIG tem autoridade moral, sensibilidade social e trajetória democrática para se "solidarizar" com os lutadores do campo? É por essas e por tantas outras que a nossa imprensa patina numa crise de crediblidade sem precedentes.

Mas a banda passa. A cada dia cresce o número de pessoas que se nega a comprar as versões nebulosas dos fatos, vendidas como verdade absoluta pela mídia. Mesmo diante de fenômenos de impacto avassalador como a internet, as redes sociais, os blogs e sites progressistas e as diferentes formas comunitárias de fazer circular um outro tipo de informação, ela não se emenda.

Deixa estar. O precipício é logo ali.

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