quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Moral seletiva

Então, fica combinado assim : 1) foram os governos do PT que descobriram os convênios e parcerias com as ONGs; 2) nas prefeituras e nos governos estaduais comandados pelo PSDB, DEM ou PPS não existem quaisquer problemas relativos a contratos superfaturados ou obras irregulares; 3) por uma questão de princípio, os governos da oposição evitam firmar contratos com as chamadas Organizações Não Governamentais; 4) as poucas parcerias dos governos de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás, e todos os demais administrados pelo PSDB, com as ONGs primam pela lisura e não se têm notícia de falta de fiscalização, desvios e malfeitos. Ridículo. Só mesmo uma expressão chula é capaz de expressar a minha indignação : “ vai enganar o c.....” Onde estão as matérias da velha mídia sobre os casos de corrupção nos governos tucanos e afins ? O fato é que, para fazer política contra o governo federal, PT e aliados, o mesmo PIG que lidera verdadeiras cruzadas pelo derrubada de ministros ignora solenemente as falcatruas ocorridas no ninho dos seus aliados, que assim ganham uma espécie de salvo conduto para roubar à vontade.

Infelizmente, a presidenta Dilma caiu na armadilha de demitir ministros pautada pela artilharia da imprensa, e agora tem dificuldades para sair. Como não tenho vocação para monge, e sei que o jogo pesado da política em nada se assemelha a um colégio de freiras, é forçoso reconhecer a existência de uma  zona de sombras na relação entre as ONGs  e os governos, inclusive o federal. Alguns ministros afastados podem mesmo ter sido coniventes com irregularidades, participado de arrecadação de recursos para seus partidos ou até feito coisa pior.

Mas, diabos, nada ainda ficou provado contra eles. Conforme disse a própria presidenta Dilma, a presunção da inocência é um princípio civilizatório. Se um determinado ministro está trôpego e cambaleante depois de alvejado por uma saraivada de denúncias, ou mesmo se contra ele pesam indícios veementes de prova, o mais recomendável para a presidenta seria esperar passar a tormenta e, aí sim, afastá-lo.

Agindo assim poderia conter o ímpeto golpista da mídia e daria mostras de respeito genuíno, e não apenas retórico, à premissa constitucional da presunção da inocência. Sem falar que para breve, como todos sabem, está prevista uma reforma ministerial. Ou seja, uma oportunidade de ouro para reacomodar as coisas sem maiores abalos.

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