quarta-feira, 11 de julho de 2012

Diga-me quem te ataca e direi quem és

Alvísseras ! Há um mês de completar 29 anos, a Central Única dos Trabalhadores tem motivos de sobra para estourar champagne antecipadamente. É coisa para poucos privilegiados fazer babar de ódio, em menos de 24 horas, O Globo, Folha, Merval e Cantanhede. O ataque de cólera dos "colonistas" da direita midiática só mostra que a CUT acertou na mosca quando cobrou um julgamento justo e técnico (com base nos autos), e não político, do mensalão. Parabéns ao Artur Henrique, presidente da CUT que ora se despede no congresso nacional da central, e ao novo presidente prestes a ser empossado, Vagner Freitas, pela acertada percepção de que o papel político da maior central da América Latina vai muito além da justa, necessária e fundamental luta por melhores salários e condições de trabalho para a classe trabalhadora. E mais : ser atacado de forma virulenta por essa gente é uma honra, é medalha no peito, é galhardão.
Ciente do seu peso social e político, a CUT exibiu uma coragem política ausente, inclusive, em parte considerável dos militantes e dirigentes do Partido dos Trabalhadores. Ao proclamarem em alto e bom som que a CUT tem lado nesta tentativa de criminalização do PT, enredando-o numa teia de  implicações penais baseadas em denúncias sem  provas e aberrações jurídicas, os dirigentes da central traçaram um paralelo entre o golpe contra  o presidente paraguaio Fernando Lugo e a tentativa de  derrubada do presidente Lula, em 2005, com o apoio do PIG, para alertar que o golpismo de inspiração neoliberal continua vivo e à espreita.

O histerismo alçado às primeiras páginas de Globo e Folha foi detonado pelas declarações dos dirigentes cutistas dando conta de que a central está disposta a ir às ruas para defender um julgamento técnico do mensalão. Foi o suficiente para o mundo desabar na Rua Irineu Marinho, no Rio, e na Alameda Barão de Limeira, em São Paulo. Isso porque, na peculiar democracia idealizada pelos Marinho e Frias, a pressão sobre o Judiciário é prerrogativa deles. Só eles e somente eles podem fazer o STF queimar etapas, atropelar prazos e provocar a coincidência de datas entre o julgamento do mensalão e as eleições municipais.

Como o dispositivo midiático de direita não se interessa pelos outros mensalões -  do PSDB (o mais antigo de todos) e do DEM (no qual sobram provas de que os envolvidos enfiaram dinheiro no bolso para enriquecimento próprio) -, não há previsão de quando eles possam ir a julgamento. Enquanto isso, o PIG sonega da sociedade informações relevantes sobre a legitimidade de manifestações relacionadas a votações polêmicas do Poder Judiciário. Em qualquer democracia do mundo isso é visto com a maior naturalidade. Mesmo no Brasil, para citar apenas um exemplo, os atos pró e contra as pesquisas com células-tronco diante do STF, em Brasília, em nada afetaram a decisão dos ministros, nem foram  vistas como pressões indevidas e atentados à soberania da mais alta corte do país

Na reação destemperada às posições da CUT sobre o julgamento do mensalão, os "colonistas" do PIG deram um show de preconceito e ignorância. Destaque absoluto para o "imortal" Merval Pereira, para quem a legalização das centrais sindicais do Brasil cristalizou o peleguismo. Aqui entre nós, o que esse serviçal dos Marinho entende sobre a trajetória de organização e luta dos trabalhadores brasileiros ? Foi patética sua tentativa, na coluna desta terça-feira, 10 de julho, de traçar uma linha do tempo do movimento sindical brasileiro. Acabou escorregando num  festival de erros conceituais, equívocos históricos e desinformação. Quando discorre sobre o imposto sindical, por exemplo, faz questão de esconder o fato público e notório de que a CUT, desde sua criação até hoje, luta para acabar com essa contribuição compulsória.

 Como diz o meu amigo Marcelo Rodrgues, funcionário da Caixa Econômica e dirigente sindical, a Academia Brasileira de Letras é motivo de vergonha para o Brasil. Põe vergonha nisso !

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