Primeiro vamos às intenções de voto dos candidatos que pontuaram na pesquisa, uma vez que alguns nanicos tiveram traço. A margem de erro é 3 pontos percentuais.
Serra (PSDB) - 30%
Russomano (PRB) - 26%
Haddad (PT) - 7%
Soninha Francine (PPS) - 7%
Chalita (PMDB) - 6%
Paulinho da Força (PDT) - 5%
Ana Luiza (PSTU) -1%
Giannazi (PSOL) - 1%
Levy (PRTB) - 1%
Comentário : Em relação à evolução dos candidatos tendo como base a última amostra do Datafolha, só merece registro o avanço de Russomano. Os demais praticamente se mantiveram onde estavam, oscilando apenas um ponto para cima ou para baixo. Mas Russomano, embalado pela forte exposição que obtinha até o início do mês, quando teve que se afastar em razão da legislação eleitoral, no programa Balanço Geral, da TV Record, no qual apresentava o quadro Patrulha do Consumidor, só tem crescido : 16% em dezembro de 2011, 17% na primeira pesquisa de 2012, 19% em março, 21% no começo de junho, 24% no fim de junho e, finalmente, 26% agora.
Rejeição :
Serra - 37%
Paulinho - 21%
Soninha - 19%
Russomano -12%
Haddad - 12%
Chalita - 8%
Comentário : O balanço das taxas de rejeição ao longo da campanha não poderia ser mais desfavorável a Serra. Primeiro porque ele lidera com folga esse quesito desde que se lançou candidato. Depois porque foi o único que viu sua rejeição aumentar, de 32% para 37%, da última pesquisa, no fim de junho, para a atual. Reparem como são baixos os índices de rejeição de seus principais adversários, Russomano, Haddad e Chalita. Outro detalhe interessante é como são proporcionalmente altas em relação às suas baixas intenções de voto as rejeições à Soninha do PPS (satélite de Serra) e Paulinho da Força (candidatura híbrida e gelatinosa, pois seu partido, o PDT, apoia Alckimin em São Paulo e é da base aliada de Dilma, no plano federal). Não podemos esquecer que uma rejeição elevada limita o espaço de crescimento do candidato. Não custa repetir o quanto é direta e objetiva a pergunta feita pelos institutos para aferir a rejeição : em quem você não votaria de jeito nenhum ? Vale observar que é possível reduzir taxas de rejeição no decorrer da campanha. Contudo, essa empreitada é vista por analistas de pesquisas e marqueteiros como das mais difíceis.
Conhecimento dos candidatos pelo eleitorado :
Serra - 99%
Russomano - 94%
Paulinho - 85%
Soninha - 79%
Chalita - 60%
Haddad - 55%
Comentário : Ex-prefeito, ex-governador, ex-senador, ex-deputado e candidato derrotado à presidência da República duas vezes, Serra é conhecido por praticamente todos os eleitores paulistanos. Esse dado, combinado com sua forte rejeição, aponta para um cenário de sérios obstáculos para seu crecimento. É que o conjunto do eleitorado já formou juízo a seu respeito, para o bem ou para o mal. Haddad e Chalita, pela razão inversa, são os que têm mais espaço para avançar nas pesquisas, à medida em que forem se tornando mais conhecidos.Para eles, o horário eleitoral no rádio e na TV será decisivo.
Potencial de transferência de voto dos apoiadores :
Lula : 40% votariam com certeza se Lula pedisse; 20% talvez votem se o ex-presidente recomendar; 40% não se sensibilizariam com o apelo de Lula.
Dilma - Levando em conta as mesma varáveis acima, na mesma ordem : 33, 27 e 40.
Alckimin - 27, 27, 46.
Kassab - 11,17,72.
Maluf - 11,12,77.
Comentário : Os números mostram que a eleição não está perdida para Haddad. Se a força e o prestígio na capital paulista de Lula e Dilma forem usados com competência nos programas eleitorais de Haddad na TV, ele tem tudo para subir. Embora o potencial de transferência de votos do governador Alckmin oscile entre o razoável e o bom, gente que acompanha os meandros da política de São Paulo garante que ele não se empenhará na campanha da forma que o PSDB serrista espera, ávido por se vingar da traição de Serra em 2008, que apoiou a reeleição de Kassab e o abandonou à própria sorte. O episódio recente da indicação do vice de Serra afastou ainda mais os dois tucanos de alta plumagem. Outro recado do eleitor é que Kassab e Maluf devem passar a léguas de distância dos comitês de Serra e Haddad, respectivamente. Para o eleitor paulistano, Kassab e Maluf são dois palavrões.
Conclusão : Serra não escapa de um segundo turno, no qual em qualquer cenário vai purgar todos seus pecados.Ressalvando a constatação óbvia de que está longe de ser automática a transferência de votos dos candidatos derrotados em primeiro turno para os dois finalistas, é fácil perceber que a frente a ser formada contra Serra no segundo turno concentra densidade eleitoral bem mais expressiva do que os apoios que o tucano será capaz de reunir. Provavelmente teremos Russomano + Haddad + Chalita + 50% de Paulinho, contra Serra + Soninha Laranja + 50% de Paulinho. Sem falar que são concretas as chances de Serra chegar ao segundo turno amargando um segundo lugar, podendo ser ultrapassado por Russomano a qualquer momento. Vale lembrar que o partido de Russomano, o PRB, foi fundado pelo saudoso vice-presidente José Alencar, e hoje está firme na base da presidenta Dilma, ocupando o Ministério da Pesca através de Marcelo Crivela. Portanto, não há hipótese de Russomano marchar com Serra, na eventualidade de Haddad decolar a ponto de tirar-lhe a vaga no segundo turno.
Aliás, a espada estará apontada definitivamente para o pescoço do candidato do PT logo na primeira quinzena da propaganda eleitoral na TV, que começa em 21 de agosto : ou cresce nas pesquisas ou será pulverizado pelo fenômeno do voto últil, com o eleitor antisserista e antitucano descarregando votos em Russomano.Também é urgente resolver o problema da ausência da ex-prefeita Marta Suplicy, que vem fazendo muita falta, especialmente nas áreas populares.
Por fim, um palpite : Serra vai perder essa eleição e eu tomarei um porre de felicidade.
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