segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

2014 bate à porta

A entrada em campo do craque do time faz o adversário tremer. A confirmação de que Lula será o comandante em chefe das articulações políticas para a campanha da reeleição da presidenta Dilma desnorteou ainda mais a equipe adversária. Se é preciptada a afirmação triunfalista segundo a qual a sua reeleição são favas contadas, também é inegável o favoritismo de Dilma. Noves fora a economia, que tem tudo para voltar a dar sinais mais vigorosos de crescimento em 2013, não será nada fácil desbancar a mandatária que derrubou os juros e as tarifas de energia elétrica. E as pesquisas mostram que o PT ainda tem Lula na manga, praticamente com a mesma intenção de voto de Dilma, disparados na frente, a léguas de distância dos outros presidenciáveis. O horizonte de 2014 é tão sombrio para a oposição e candidatos alternativos da própria base que já se fala que o senador tucano Aécio Neves e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, têm uma estratégia semelhante para o ano que vem : sair candidato a presidente, para se beneficiar do recall em 2018.

E vamos falar sério : Dilma é a candidata do PT. Especulações em torno do nome de Lula ou partem do desespero oposicionista ou de quem pouco conhece da dinânica interna do PT ou da cabeça política do Lula. É claro que a oposição destro-midiática, como diz o Eduardo Guimarães, de tudo fará para tentar transformar a nova versão da caravana da cidadania que Lula vai liderar em breve no pontapé inicial da campanha eleitoral e no seu lançamento como candidato à sucessão de Dilma. De quebra, segue forçando a mão para intrigar Lula com Dilma, sonho dourado da mídia conservadora, embora seus editorialistas, articulistas, colunistas e mancheteiros saibam que a missão é impossível.

A costura para a reedição da dobradinha com o PMDB está feita. Michel Temer será o candidato a vice pelo partido outra vez. Aliás, a relação entre os dois maiores partidos da base, PT e PMDB, passa por um momento de calmaria. O preço dessa estabilidade, fundamental para a governabilidade, é a ampliação do espaço do PMDB no governo e o aumento do seu peso institucional. Mês que vem, com as barbadas que são as eleições dos peemedebistas Henrique Eduardo Alves, para a presidência da Câmara, e de Renan Calheiros, para a presidência do Senado, o partido passará a comandar as duas Casas do Congresso Nacional,  o que, convenhamos, não é pouco para um partido que sabe como poucos tirar proveito do seu poder nos parlamentos, prefeituras e governos estaduais. Outro nome destacado do partido, o governador Sérgio Cabral, ou vira ministro de Dilma a partir de 2014 ou se lança ao Senado.

Também merece atenção no tabuleiro sucessório o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB. Batendo recordes de aprovação em seu estado ( popularidade que se capilariza pelo Nordeste) e fortalecido pelo bom resultado do seu partido nas eleições municipais, Campos, no entanto, ainda está longe de ser um nome nacional, sendo muito pouco conhecido especialmente pelo eleitorado do Sudeste/Sul. Mas trata-se, sem dúvida, de um político promissor e que não nega suas ambições presidenciais.

O problema é o timing. Liderança respeitada da base aliada de Dilma, o governador vive o dilema de enfrentar a presidenta já em 2014 nas urnas, mesmo sabendo que suas chances são remotas, mas com o propósito de pavimentar seu caminho para 2018, ou esperar mais quatro anos. Dizem que a moeda de troca de Campos para apoiar Dilma seria a garantia do seu nome como candidato da base em 2018. Existem rumores de que o ex-presidente Lula, a quem o governador é muito ligado, flerta com essa ideia. Parte do PT, idem. Pago para ver o PT, hegemônico como é na esquerda, abrir mão da cabeça de chapa para presidente.

Na campo da oposição, os donos da velha mídia conservadora já ecolheram sua tática. Sem descuidar do denuncismo moralista de araque, as baterias agora estão voltadas para alvejar a imagem de gestora eficiente desfrutada por Dilma. Entre exageros, alarmismos e mentiras descabidas, tais como " fuga de investimentos", "pibinho", "risco de racionamento de energia", "inflação fora de controle" e que tais, a imprensa vai liquidando sua escassa credibilidade, na insana obsessão de brigar com a realidade e trombar com os fatos. Semana passada saiu ferida de morte, atingida não só pelo petardo elétrico da presidenta em cadeia de rádio e TV como também pelo noticiário internacional indicando que o Brasil é o quarto país que mais recebe investimento estrangeiro produtivo (só no ano passado mais de 65 bilhões de dólares), muito à frente da União Europeia e EUA. Ou seja, o capital que foge do país é o especulativo, enxotado pelo fim da farra dos juros lunáticos.

Esquálida e sem rumos, por sua vez, a oposição partidária de direita ( PSDB, DEM e PPS) até que ensaiou a possibilidade de se unficar ao redor do nome do senador Aécio Neves. Durou pouco. É que onde tem Serra tem desagregação e baixaria. De súbido, o sujeito que nunca defendeu prévias para coisa nenhuma no seu partido incentiva seus apoiadores no tucanato paulista a pregarem a realização de consulta entre os filiados para definir quem é o candidato a presidente. O movimento da coluna serrista contou ainda com o lançamento de um nome alternativo ao indicado pelo senador mineiro para a liderança do PSDB no Senado.

Ao se pintar para a guerra interna, o PSDB paulista manda para Aécio o recado de que sua indicação ainda enfrentará chuvas e trovoadas. E, principlamente, golpes abaixo da linha da cintura. Para completar, a reação tucana à fala de Dilma em cadeia nacional, com direito inclusive à nota oficial vestindo a carapuça, torna o partido candidato imbatível ao prêmio "Orelhudo do ano", embora 2013 mal tenha começado. Depois não reclamem da sorte na campanha eleitoral : está devidamento registrado que o PSDB e seu provável candidato a presidente foram contra a redução das tarifas de energia elétrica.





Nenhum comentário:

Postar um comentário