Despeço-me de Jorge Ferreira, ainda ouvindo seus conselhos e sua risada
Acabei de receber a triste notícia da morte do Jorge Ferreira, meu amigo e irmão. Mineiro como eu, poeta e escritor, empresário e produtor artístico, militante, amigo da noite, da música e da poesia, querido e amado por todos que o conheceram e conviveram com ele. Era quase tudo e um faz tudo... Petista roxo, lulista, mineiríssimo de Cruzília, eu dizia para aborrecê-lo e brincar com ele que sua cidade era um bairro de minha Passa-Quatro.
Jorge Ferreira esteve sempre presente ao meu lado nesses longos e últimos 20 anos. Era um braço sempre solidário e um ombro irmão. Era um exemplo de coragem e dignidade. Fez dos restaurantes que abriu, e onde nossa música sempre esteve presente e prestigiada, um espaço de amizade, alegria, cultura, e poesia.
Como todo bom mineiro era nacionalista e apaixonado pela cultura popular. Mas, também, um profundo conhecedor de nossos clássicos, mineiros ou não. Fosse música, cinema, teatro, humor, Jorge sempre estava lá ao lado para apoiar e divulgar, para conviver e aprender. Era um aprendiz apaixonado pela poesia e por “causos”.
Na política era um passional, não fazia concessões. Brigava e lutava por suas ideias, mas sempre no final dava uma risada e contava uma estória, para ficar tudo bem apesar da disputa política. Para mim e com certeza para os que com ele conviveram, foi um exemplo de humor, graça e humanidade. Com dor na alma e tristeza escrevo essas lembranças ainda ouvindo seus conselhos, sua risada e sentindo sua presença.
