Por Miro Borges, em seu blog
A elite paulistana, que adora o direitista Geraldo Alckmin e faz de tudo
para evitar que as esquerdas cheguem ao Palácio dos Bandeirantes,
poderá ir às urnas no próximo domingo sem tomar banho. Tudo bem! Como
dizia Cazuza, a burguesia fede! E alguém acrescentou: Mas ela tem
dinheiro para comprar perfume. Segundo o Estadão desta segunda-feira
(29), “condomínios, bares e restaurantes dos Jardins, zona sul de São
Paulo, têm registrado corte no abastecimento de água durante toda a
madrugada. Em ruas como a Haddock Lobo e a Alameda Tietê, zeladores e
comerciantes relataram que a interrupção ocorre entre 22 e 6 horas”. Ou
seja: o choque de indigestão tucano já atingiu os bairros nobres da
capital paulista.
A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo
(Sabesp) nega terminantemente que promova cortes de água nos bairros dos
ricaços. Afinal, a burguesia é tão limpinha e gosta tanto do PSDB – que
manda no Estado há duas décadas! Mas os zeladores dos luxuosos
condomínios da região e os comerciantes garantem que a crise de
abastecimento tem se agravado nas últimas semanas. “Em uma lanchonete na
Rua Haddock Lobo, funcionários relataram ao ‘Estado’ que o
abastecimento é cortado há pelo menos um mês depois das 23 horas. ‘Como
temos caixa d’água, não há problema, mas algumas vezes já chegou a
faltar’, afirmou uma gerente, que preferiu não se identificar”.
“Na mesma rua, o ‘Estado’ apurou que pelo menos dois condomínios passam
pela mesma situação. O porteiro Antonio Everaldo da Silva, de 63 anos,
contou que ‘dia sim, dia não’ nota a falta d’água. Como o banheiro do
funcionário é o único do prédio que é abastecido diretamente pela água
da rua, a torneira deixa de funcionar. ‘A gente precisa usar o banheiro
lá no fundo, que recebe da caixa d’água’. O zelador Antonio Mendes
confirmou a informação. ‘Os moradores não reclamam porque o reservatório
é de 60 mil litros, então o problema não chega aos apartamentos’,
disse. Para conscientizá-los, Mendes colou um aviso escrito por ele no
elevador, pedindo economia”.
O choque de indigestão tucano
“Outro condomínio na mesma via enfrenta o mesmo problema. O porteiro
Luís Lino, de 43 anos, foi o primeiro a notar. ‘Estamos sem água à noite
há uns 15 dias. Percebo porque não dá para usar o banheiro aqui’,
disse. De acordo com Lino, os moradores no local tomaram consciência de
um possível racionamento e, há três meses, decidiram economizar no uso.
‘A conta diminuiu uns 30%’. A mesma história se repete em um restaurante
na Alameda Tietê, em que o abastecimento é interrompido pontualmente às
22 horas. Assim como nos outros locais visitados, um funcionário do
local contou que se não fosse a caixa d’água, o problema poderia
comprometer o atendimento no local”.
Apesar da crise hídrica – culpa do esquerdista São Pedro, sem dúvida –,
os abastados moradores das áreas “nobres” de São Paulo continuarão a
votar nos tucanos. No bairro dos Jardins, o PSDB sempre obtém mais de
80% dos votos. A burguesia fede, mas tem consciência de classe! Para
evitar traumas, ela ainda conta com a ajuda da mídia chapa-branca, que
ganha fortunas do Palácio dos Bandeirantes em publicidade e na compra de
assinatura de jornais e revistas decrépitas – como o próprio Estadão, a
Folha e a “Veja”. Nem mesmo com a falta de água atingindo os bairros
dos barões da mídia e dos seus “calunistas” de aluguel, a imprensa
paulista faz escândalo com esta baita tragédia da gestão tucana!
Protestos contra a falta de água
Nas jornadas de junho de 2013, uma parte dos filhinhos de papai destes
bairros de luxo aderiu aos protestos que agitaram a capital paulista.
Era uma “festa cívica”, segundo o noticiário da TV Globo e a capa da
revista Veja. Carrões com chofer até levaram os jovens “rebeldes” às
ruas para criticar a presidenta Dilma. Herdeiros de corruptos e
sonegadores exigiram o fim da corrupção. Será que esta “galera
consciente”, que despertou naquela jornada, agora topa sair às ruas para
criticar o governador Geraldo Alckmin e o colapso no abastecimento de
água – para não falar na crise da segurança pública ou na precariedade
dos transportes? Será que Jabor, Faustão e outros picaretas globais
incentivarão novos protestos?
Na última quinta-feira (25), cerca de 5 mil pessoas, segundo estimativa
da própria Polícia Militar, realizaram um protesto em frente à sede
central da Sabesp, em Pinheiros. O ato foi organizado pelo MTST
(Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) para criticar a falta de água nas
periferias de São Paulo. Segundo Guilherme Boulos, líder do movimento,
estaria havendo um “racionamento seletivo”, que atingiria principalmente
os pobres. O MTST apresentou suas reivindicações à direção da estatal e
promete realizar novos protestos. Nenhum carrão com jovens ricaços foi
visto na proximidade do ato, apesar da falta de água nos Jardins. Talvez
a ‘galera’ participe dos próximos atos, depois de reeleger Geraldo
Alckmin!
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