Por Rodrigo Vianna, em seu blog
A imprensa (comandada pela Globo) martela durante 24 horas acusações
sem provas contra o PT. O partido de Dilma tem gente boa e ruim. O PSDB
tem muito mais gente denunciada por corrupção. Mas por que só há
denúncias contra o PT na véspera de eleição? Toda vez é assim…
A
onda de noticias sobre corrupção impede que o país perceba que estamos
diante de dois projetos: um é o programa dos ricos, do desemprego e do
arrocho (já conhecemos Aécio=FHC); o outro é o governo que gerou
empregos e melhorou a vida dos pobres (apesar de ter feito menos do que
tanta gente esperava do PT). Isso é o que está em jogo.
A
campanha de Dilma deveria atacar de frente a Globo e a Veja. É combate
aberto o que se espera: pra ganhar ou perder! Mas com boas chances de
ganhar.
Para que o jogo se equilibrasse, duas coisas teriam que acontecer…
1-
A campanha petista deveria denunciar, de forma frontal, na campanha de
TV, o envolvimento da mídia (comandada pela Globo) com a campanha de
Aécio. Outros casos precisavam ser lembrados, de forma didática: a
tentativa da Globo de impedir a eleição de Brizola em 82, a manipulação
do debate em 89, o caso aloprados em 2006 (com a foto do dinheiro
mostrada na véspera da eleição), o caso da bolinha de papel (que Ali
Kamel – o diretor da Globo – tentou transformar num míssil contra Dilma
em 2010).
2- As graves acusações que pesam contra Aécio deveriam
ganhar peso. Elas não virão pela mídia velha. Mas podem se espalhar pela
internet. Assim como as acusações que envolvem o PT no caso Petrobras,
as acusações contra Aécio não são acompanhadas de provas, mas de
indícios gravíssimos. Além de envolvimento com supostos atos escusos na
administração pública, Aécio é acusado de envolvimento com a família Perrela (aquela mesma, do helicóptero com 500 quilos de cocaína) e de adotar um estilo de vida pouco convencional – digamos assim.
Em minha modesta opinião, apoiadores de Dilma não deveriam partir para o vale-tudo nem para ataques pessoais a Aécio.
Até
porque, não adianta atacar Aécio sem confrontar a Globo! E quem pode
confrontar a Globo? Lula e Dilma. Se o fizerem, incendeiam a militância e
podem virar a eleição.
Os apoiadores de Dilma, imagino, estão à
espera de um sinal da direção: vai haver um combate aberto ou não? A
decisão tem que ser rápida…
Enquanto isso, pessoas que parecem
não ter ligações com Dilma e o PT começam a falar na internet o que em
Minas todo mundo fala sobre Aécio.
É o caso de policial mineiro,
que gravou vídeo no youtube acusando Aécio de envolvimento com a família
Perrela – aquela do helicóptero do pó. O policial diz que o tucano
“deveria estar preso”.
O policial será processado (ou ameaçado) pela turma de Aécio?
Por
que Aécio não processou o “Estadão”, que fez insinuações sobre uso de
cocaína em 2009 – com o famoso artigo “Pó pará, governador”?
O Brasil pode-se dar ao luxo de escolher um presidente sobre quem pesam dúvidas tão graves? Juca Kfouri acha que não. Aécio jamais processou Juca pelas graves acusações contidas no artigo.
Dilma
e o PT erraram feio por não enfrentar o poder da velha mídia desde
2011. Ainda que não quisesse (ou não tivesse apoios suficientes) para
aprovar uma Lei da Comunicação no Congresso, Dilma deveria ter feito ao
menos o embate político: mostrando ao povão que a mídia velhaca tem lado
e funciona como um partido.
Dilma preferiu preparar omeletes com
Ana Maria Braga. Visitou a Folha, distribuiu agrados aos coronéis da
imprensa. Agora, na véspera da eleição, a mídia velhaca age como sempre:
parte para os ataques sem provas contra apenas um dos lados.
Foi sempre assim: contra Vargas, contra Jango, contra Brizola, contra Lula…
No
PT, já se avalia que os ataques (que devem persistir até o dia 26)
freiam o crescimento de Dilma e podem impedir uma reação. Na real, Dilma
está a 2 ou 3 pontos de Aécio. Empate técnico – com o tucano levemente
na frente. Esqueçam a pesquisa Sensus – aquilo é piada, pra ser usada no
programa tucano.
Vejamos: Dilma teve quase 42% dos votos válidos
no primeiro turno. Com 2% que foram pra Luciana e outros nanicos, chega
a 44%. Faltaria a ela conquistar entre 6% e 7% dos 22% que votaram em
Marina. Ou seja: menos de um terço dos votos marineiros.
Não é uma operação impossível, em condições normais. Acontece que não estamos em condições normais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Porque não o enfrentamento ainda não ocorreu? Será que vai ocorrer nos debates?
ResponderExcluir