terça-feira, 3 de março de 2015

Os inocentes úteis e os viciados em desinformação

Dia desses li um apelo no facebook muito interessante. Nele, o bravo Flávio Aniceto, militante das boas causas da cultura, pedia encarecidamente para que seus amigos no face parassem de postar, mesmo movidos pela louvável intenção da denúncia, mensagens golpistas, racistas, xenófobas, homofóbicas e fascistas.

 Bingo, meu caro Flavinho. Já passou da hora de internautas de boa fé pararem de se comportar como inocentes úteis, pois isso só favorece a legião de imbecis e descerebrados que diuturnamente esgrimem na rede ideias obscurantistas e criminosas.

Exemplo : o sujeito do bem se depara nas redes sociais com um meme contendo calúnias contra Lula e Dilma e convocando para os protestos pelo impeachment no dia 15. No afã de denunciar a imundície, o cara compartilha. Pronto, ele acaba de contribuir para engrossar as estatísticas de visualização e compartilhamento desse post nojento.

Tem gente que não toma nem o cuidado de fazer um comentário introdutório crítico qualquer. Assim, numa passada d'olhos rápida as pessoas são obrigadas a identificar aquela postagem como uma denúncia. Isso se você conhecer quem compartilhou. Caso contrário, periga incluir seu autor como integrante da legião de fascistas que faz morada nas redes sociais.

Em relação ao acesso ao PIG, acontece outro fenômeno digno de nota. Muitos dizem que odeiam a Rede Globo, mas não começam seu dia sem ouvir as sandices da Míriam Leitão, no Bom Dia Brasil. Haja estômago. É espantoso também o número de militantes do movimento sindical, do PT e de outros partidos de esquerda que são capazes de relatar em detalhes as matérias publicadas jornal O Globo. Sem falar os que passam o dia inteiro com essa porcaria debaixo do braço.

É evidente que eles expressam indignação com o que leem ali. Só que, enquanto não conseguem curar  sua "Síndrome de Estocolmo" (estado psicológico em que uma pessoa, submetida a um tempo de intimidação, passa a ter sentimentos de amor ou amizade por seus agressores), eles ajudam no aumento das vendas do jornal, principal critério para a captação de anunciantes.

O meu precioso tempo Globo, Folha, Estadão e Veja não tomam há tempos. Ah, e os amigos dizem : preciso saber o que os nossos adversários pensam. Falso.Tudo de ruim que os jornalões publicam vai parar nas redes sociais e logo se tornam de fácil acesso e domínio público, permitindo o contraponto. Não entendo também quem deixa o Globo e Folha de lado, mas passa o dia todo no UOL e no G1, aumentando o número de cliques dessas versões virtuais dos jornalões. Os departamentos comercias dos Frias e Marinho agradecem.

Sou jornalista e informação é vital para o meu trabalho. E posso afirmar que é perfeitamente possível se manter bem informado lendo os sites e blogs independentes e progressistas, navegando nas redes sociais, acessando fontes primárias de informação, tais como as páginas na internet dos Poderes da República, além de ler assiduamente revistas e jornais que não rezam na cartilha do monopólio midiático.Para completar, livros, cinema, convívio social intenso e uma banana para o PIG.  


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