segunda-feira, 25 de julho de 2011

Obras para que te quero

A filosofia de botequim diz que "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa". Merece aplausos a presidenta Dilma quando não compactua com malfeitos e ataca focos de corrupção. Mas as obras de infraestrutura que o Brasil tanto precisa estão longe de ser, de forma indiscriminada, sinônimos de roubalheira, como insiste a imprensa. O PAC é um programa essencial para o desenvolvimento do país e não um reles amontoado de obras feitas sob medida para fazer a alegria de empreiteiros, como quer fazer crer a velha mídia. Cabe à área de comunicação do governo entrar em campo. E bem depressa, antes que seja tarde.

Há riscos sérios de que no imaginário popular, de tanto a mídia martelar sua versão sem uma contrapartida convincente por parte do governo, se cristalize a convicção de que o destino inexorável de qualquer obra pública é servir de passaporte para o enriquecimento de políticos inescrupulosos e lobistas que cercam o poder público. Quem duvida deste sinal amarelo, basta conversar com o taxista, o balconista da padaria, o italiano da banca de jornal.

Como defendeu o ex-ministro Delfim Neto em sua coluna de Carta Capital da semana passada, há inúmeras parcerias público-privadas tocando obras de grande importância para o povo brasileiro ao longo do nosso vasto território. As construções das usinas hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte projetam um novo ciclo de desenvolvimento para a Região Norte e para o Brasil. Em todas um conjunto de medidas e ações discutidas com as populações locais vão garantir a plena sustentabilidade ambiental desses megaempreendimentos.

Mas quantos brasileiros sabem disso ? Para muitos, o que vem imediatamente à cabeça diante da citação dessas obras são os conflitos trabalhistas ocorridos recentemente nos canteiros e a agressão ao meio ambiente. Por outro lado, com as dificuldades conhecidas - especialmente para formatar e implementar o modelo de concessão dos aeroportos - uma infinidade de obras são tocadas em estradas, portos e no setor habitacional com o programa Minha Casa, Minha Vida.Várias intervenções de mobilidade urbana, como o emocionante teleférico do Alemão, no Rio, confere dignidade e cidadania a populações antes esquecidas.

O BNDES e os bancos públicos financiam projetos de implantação e expansão do setor produtivo, gerando emprego e dinamizando a nossa economia. Também não é verdade que todas as obras para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos tenham mergulhado numa expiral de atrasos crônicos e superfaturamentos. Não faltam exemplos de obras correndo dentro cronograma. Existem problemas ? É claro que sim. Mas a tendência é que sejam superados logo, principalmente depois que a própria presidenta Dilma assumiu a supervisão política do conjunto dos projetos. Alguém duvida da capacidade da presidenta de cobrar e acelerar a execução dos processos ?

Voltando ao artigo do Delfim, ele cobra a falta de explicações mais detalhadas, sistemáticas e frequentes do governo sobre a execução do PAC, seus orçamentos, prazos, estágios, etc. Está certo. Como da velha mídia nada podemos esperar no tocante a suprir a sociedade das informações de qualidade que a façam separar o joio do trigo, cabe ao governo encarar a batalha da comunicação. Como diz o Delfim, recuros humanos e materiais nessa área não faltam. Então, só pode estar faltando vontade política. É hora de virar este jogo.

É agora ou nunca.

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