domingo, 10 de julho de 2011

Mano pisou na bola

Feita a ressalva de que no médio prazo o trabalho do técnico Mano Menezes à frente da seleção brasileira tem tudo para dar certo, resta a impressão de que dourar a pílula em relação às atuações do Brasil nas entrevistas depois dos jogos, decididamente não é o melhor caminho para que sejam encontradas as soluções para os inúmeros problemas do time.

Aliás, o comportamento de Mano durante a coletiva após o jogo contra o Paraguai beirou o autismo. Ante a perplexidade geral causada por uma atuação abaixo da crítica da seleção, nosso técnico dava mostras de que tinha visto um outro jogo, Para ele, a derrota, que só não se consumou porque Fred achou um golzinho no fim da partida, teria sido uma brutal injustiça. E foi além no seu delírio  enxergando progressos no time a cada partida. Surtou.

Nas quatro linhas, a realidade foi outra, bem outra. O Brasil, que mereceu perder até por mais de um gol de diferença, mal conseguia encaixar uma sequência de três passes certos, a defesa oferecia espaços generosos marcando muito mal e o ataque, de firula em firula, facilitava a vida da boa marcação paraguaia. De positivo, alguns rasgos de talento de Paulo Henrique Ganso, como nos passes para os dois gols e alguma bolas açucaradas desperdiçadas pelo preciosismo do Neimar.

O que preocupa para valer é a constatação de que um diagnóstico bem feito é fundamental para que o paciente seja bem tratado e curado. E se o Mano não reconhece que o Brasil fez contra o Paraguai uma das suas piores partidas desde que a seleção canarinho estreiou em agosto de 1914 no estádio Álvaro Chaves, nas Laranjeiras, fica difícil.

Oxalá seja uma tormenta passageira, afinal, em linhas gerais, a concepção do trabalho do Mano, baseada na renovação e na escalação dos nossos mais talentosos jogadores, merece apoio e elogios. Desde que ele não brigue com a realidade. Vamos conferir nesta quarta (13) contra o Equador.

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