Amigo é pra essas coisas. Nas mais de cem CPIs engavetadas ao longo dos 16 anos de governos do PSDB em São Paulo, seus apoiadores, aliados e amigos na velha mídia tiveram papel de destaque. O comportamento editorial cúmplice desses veículos sempre oscilou entre a omissão completa (tipo nenhuma linha a respeito) e os pequenos registros localizados nos pés das páginas menos nobres.
Do caso dos subornos pagos pela Alstom ao desmoronamento do buraco do Metrô, das graves suspeitas de irregularidades nas obras do Rodoanel aos pedágios superfaturados mais caros do planeta, da atuação no melhor estilo submundo de Paulo Preto aos processos que correm em Pindamonhangaba contra um parente do governador Alckimin, tudo que potencialmente pode trazer danos à imagem de tucanos de alta plumagem é varrido bem depressa para debaixo do tapete.
Como estamos fartos de saber, a afinidade política e ideológica entre a oposição e o império midiático há muito descambou para a promiscuidade mais rasteira, com suas atuações se confundindo. Em geral, a imprensa levanta a bola, e a oposição “corta”. Mas também não é incomum a oposição pautar a velha mídia. Sempre para atacar Lula, Dilma, PT e aliados. Partiu de ninguém menos que de Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais, a frase-símbolo, o rótulo perfeito para o conluio : “ nós somos a verdadeira oposição.”
Contudo, o episódio das assinaturas milionárias joga luz sobre um outro aspecto dessa relação : eles (governo e barões da mídia) são sócios, fecham negócios à revelia do interesse público e às custas do contribuinte. Em período de vacas magras para a mídia impressa, abalada pela revolução da internet, pelas mídias sociais e pela blogosfera e vítima de sua péssima qualidade jornalística e partidarização, o dinheirinho tucano acaba sendo muito bem-vindo.
Cá entre nós, eles se merecem.
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