sábado, 3 de dezembro de 2011

Belo Monte : hora de "passar o rodo"

A campanha imperialista contra a construção da usina de Belo Monte ganha defensores no Brasil entre famosos e celebridades, sempre com o respaldo político dos que fazem oposição ao desenvolvimento do Brasil. O vídeo do movimento ambientalista Gota  D´Água, com depoimentos de artistas globais, é um primor de ignorância e atinge o fundo do poço da apelação barata quando nega que a energia hidrelétrica seja oriunda de fonte limpa. Já a verde mais tucana do pedaço, a ex-ministra Marina Silva, em entrevista ao Globo deste sábado (3/12), se despe inteiramente diante dos interesses externos e defende, pasmem, "a paralisação da obra e uma auditoria internacional, com a presença de cientistas e jornalistas do mundo todo para garantir e comprovar que os problemas sociais e ambientais foram resolvidos."  Numa boa : chega de dar ouvidos a quem não vai entender nunca que Belo Monte é uma obra estratégica para o futuro da Região Amazônica e do Brasil. O governo já se fartou de dar explicações em incontáveis audiências públicas e todas as medidas de caráter ambiental e social foram ou estão sendo tomadas. O Ibama já concedeu a licença ambiental. O negócio, então, é pisar no acelerador do ritmo da obra e "passar o rodo", ou seja, ignorar solenemente os adversários da soberania brasileira.

Sim, porque o Brasil caminha para ser a quarta ou quinta maior economia do planeta em alguns anos. Isso só se sustenta com geração e distribuição de energia. E devemos levantar as maõs para o céu e agradecer a matriz enérgica que temos, a hidrelétrica, limpa por excelência. Uma dádiva, portanto, especialmente se comparada a outras formas de geração de energia :  nuclear, com seus riscos permanentes de acidentes radiotivos; carvão e petróleo, lançando CO2 na atmosfera e aumentando o efeito estufa; e as alternativas, como eólica, biomassa e solar, ainda muito caras e de difícil utilização em larga escala. Isso significa que o Brasil deve se concentrar exclusivamente na construção de hidrelétricas ? Claro que não. A correta opção brasileira vem sendo o aproveitamento do seu gigantesco manancial de água para ampliar cada vez mais sua matriz hidrelétrica, ao mesmo tempo que mantém, para uso complementar, usinas a carvão e a óleo, além de investir valores crescentes em energia alternativa.

Voltando à entrevista, além de ter pregado a participação de estrangeiros em auditoria sobre  o projeto,  algumas entre as muitas"pérolas" ditas por Marina merecem ser destacadas :

1) "O empreendimento ( Belo Monte) não tem viabilidade econômica. Vai custar R$ 30 bilhões de dinheiro público, quando a expectativa era de que fosse feito pela iniciativa privada."
Comentário meu : O entrevistador de O Globo, o repórter Agostinho Viera, retrucou com um questionamento óbvio, ao qual Marina Silva não soube responder : " Não é assim em qualquer lugar do mundo? Toda grande obra de infraestrutura não é financiada pelo governo ?"

2) "A eficiência enérgetica de Belo Monte é baxíssima, menos de 40%."
 Comentário meu : Afirmação desprovida de base técnica e científica, evidentemente não corroborada por centenas de geólogos, engenheiros e demais especialistas envolvidos no projeto, tampouco por muitos estudiosos do assunto.

3) " Se os artistas tivessem feito um vídeo em favor da usina de Belo Monte, ninguém falaria nada."
Comentário meu : Vídeos contra ou a favor de qualquer coisa é um direito de quem faz. Um hipotético vídeo a favor por parte dos artistas também seria objeto de críticas se cometesse erros grosseiros e primários como dizer que energia hidrelétrica não é limpa.

4) " As mais de 20 etnias vivendo lá serão afetadas pela mudança na navegabilidade do rio e no volume dos peixes. Os impactos indiretos serão enormes."
Comentário meu : Os ambientalistas e a própria Marina, na entrevista, admitem que nenhuma tribo será removida. Quanto à mudança na  navegabilidade do Rio Xingu e a eventual queda no volume dos peixes, se ocorrerem, serão fartamente compensadas pelos benefícios do empreendimento não só tem termos de geração de energia, mas também pelo desenvolvimento da região e a geração de emprego e renda. E não se faz omelete sem quebrar os ovos. 

Confrontada  pelo repórter com a afirmação do presidente do consórcio responsável pela obra, segundo a qual parte da área ocupada é o próprio leito do rio e que os resto será compensado numa área de preservação permanente, a ex-ministra saiu pela tangente logo no início da resposta : " Não tenho os números aqui comigo."

Nem os números nem a compreensão adequada do que significa progresso, desenvolvimento, trabalho e renda. Nada disso é incompatível com as preocupações sociais e ambientais. É apenas uma questão de opção.















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