quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"Eles roubaram o patrimônio público"

Diante de um auditório do Sindicato dos Bancários do Rio superlotado, o jornalista Amaury Ribeiro Júnior fez um discurso emocionado, na noite desta quarta-feira (18), reafirmando todas as acusações de corrupção documentadas no seu livro contra os tucanos durante as privatizações nos governos de FHC." Estou indignado. Essas caras são mentirosos, são cínicos. Eles roubaram e acabaram com o patrimônio público. A elite quatrocentona de São Paulo é asquerosa, acha que está acima do bem e do mal. Já a imprensa brasiliera, na última eleição, tirou a máscara. Eu queria dizer que, depois do livro,  passei a amar vocês muito mais", disparou Amaury.

O anfitrião da solenidade de lançamento do livro no Rio, Almir Aguiar, presidente do Sindicato dos Bancários, compôs a mesa com o deputado federal Protógenes Queiróz (PCdoB-SP), o deputado estadual Gilberto Palmares, do PT-RJ, e a ex-presidente do sindicato Fernanda Carízio.

O delegado responsável pela Operação Satiagraha, e atual deputado, Protógenes Queiróz, disse que o livro de Amaury é uma "semente que tem que ser espalhada pelos jardins da democracia brasileira." Sobre o seu requerimento de instalação de uma CPI, na Câmara, para investigar a privataria, Protógenes foi incisivo :  "Eles enganaram o povo brasileiro, lesaram a nossa pátria, e têm que responder por isso."

Ele criticou duramente as declarações de José Serra sobre o livro, que chamou de "lixo", e a respeito da iniciativa da criação de uma CPI, que já conta com a adesão de mais 200 deputados federais, mas que para Serra é uma "palhaçada". "Ele usa essas expressões desrespeitosas porque elas são identificadas com a vida dele, isso sim", observou o deputado, acrescentando que a resposta será dada na Câmara, durante a CPI, com o acompanhamento e a pressão dos movimentos sociais, dos estudantes e dos partidos políticos.

Já o deputado Gilberto Palmares apontou como o grande mérito do livro o fato dele "colocar de forma documental o que nós sempre falamos em praça pública."

- A mesma mídia que tenta desqualificar o trabalho de um jornalista sério e premiado como o Amaury também fez de tudo para desqualificar a todos os trabalhadores que lutaram contra a privatização das estatais. A ponto de a jornalista Dora Kramer, na época articulista do JB, dizer que estava sendo utilizado dinheiro público na luta contra a privatização do Sistema Telebrás. E sabem que dinheiro público era esse ? Vejam o absurdo : simplesmente a contribuição de 1% dos seus salários num determinado mês que os trabalhadores doaram para a campanha contra a privatização - afirmou o parlamentar em tom indignado.

A dureza da luta contra a privatização do Banerj e do Banespa, especialmente, foi rememorada por Fernanda Carízio. " Dávamos murro em ponta de faca, tudo estava contra nós. Contudo, podemos considerar uma vitória o fato de termos conseguido a manutenção das aposentadorias do pessoal do Banjerj e do Banespa. Foi uma luta muito desgastante para todos nós. Logo depois perdemos um grande companheiro, o Vilela", lembrou a ex-presidente do Sindicato dos Bancários.Vilela foi um importante dirigente sindical bancário que, devido a complicações cardíacas, morreu pouco tempo depois da privatização dos bancos públicos.

Foto : Nando Neves

Um comentário:

  1. Corajosa e brava denúncia da privataria...E aqui no Estado do Rio, o governador avança firmemente na privatização da saúde, com a aprovação das Organizações Sociais - OS - que terceiriza os serviços e precariza as relações de trabalho, burla direitos dos trabalhadores. E trata as reivindicações dos trabalhadores da educação como caso de polícia, como assistimos no ano passado, com as bombas e tropas de choque em frente à ALERJ. Abraços, Helder Molina

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