quinta-feira, 3 de abril de 2014

Ultra-esquerda brasileira adere ao ódio direitista ao PT

Ódio da direita ao PT fez escola entre ultra-esquerdistas
Ao comparecer a um evento unificado das centrais sindicais, partidos políticos do campo da esquerda e movimentos sociais em repúdio ao golpe de 64, no dia 1º de abril, pude testemunhar um fenômeno político preocupante. Embora seja do conhecimento de todos que o papel político desempenhado por partidos situados na extrema-esquerda do espectro político, como PSTU e PSOL, muitas vezes joga água no moinho da direita (tanto a institucional como a que age no submundo da política), um ingrediente novo já é palpável nas ruas : uma quantidade expressiva de militantes e dirigentes desses partidos incorporaram o ódio a Lula, à Dilma e ao PT como método de ação política. A virulência usada nos ataques ao "lulopetismo" supera infinitamente, seja no conteúdo ou no tom, às críticas feitas ao PSDB, DEM, PPS ou mesmo àqueles extremistas de direita que ultimamente perderam a vergonha de pregar nas redes sociais, e até em praça pública, a ruptura da ordem democrática.

Chama a atenção a forma oportunista de atuação desses grupos de extrema-esquerda. Os eixos políticos acertados pelas entidades e partidos que organizaram o ato pela "descomemoração" do golpe no Rio foram o repúdio à ditadura e a exigência da punição dos torturadores, autores de crimes contra a humanidade e que, portanto, não podem se beneficiar de anistias.

Mas bastou a manifestação ganhar as ruas para o PSOL e o PSTU rasgarem o acordo, lançando mão dos ataques mais violentos contra o governo da presidenta Dilma, a Lula e ao PT. Violentos e levianos. Violentos e mentirosos. Violentos e caluniadores.Violentos e infames.

Não que a pauta do ato tivesse que funcionar com uma camisa de força a impedir que os oradores fizessem críticas ao governo. Não é isso. A liberdade de expressão deve ser assegurada. Contudo, ferir de morte o objetivo da manifestação é outra história. Veja se é razoável se ouvir num ato contra o golpe de 64 falas desrespeitosas como estas, pautadas na mentira mais rasteira e irresponsável :

" A presidenta Dilma, que já foi torturada no passado, hoje trama a aprovação de uma lei para criminalizar as manifestações públicas, considerando-as atos terroristas. É o AI 5 da Dilma. Ela quer proibir todas as manifestações no Brasil e mandar prender todos que protestam."

" No dia que o golpe militar completa 50 anos é importante denunciar que a presidenta da República não tem compromisso com o Estado democrático."

" O ex´-presidente Lula, pela sua trajetória, tinha a obrigação de abrir os arquivos da ditadura. Mas não o fez. Hoje, ele, Dilma e o governo andam de braços dados com figuras como Sarney e com muitos torturadores também."

" Ô Dilma, bandida, Ô Dilma, bandida ..................................."

É ou não é de causar engulhos estomacais ? Nem os demotucanos seriam capazes de descer a nível tão baixo na disputa política. É triste ver militantes ditos revolucionários envenenados pela intolerância e destilando ódio por todos os poros. Na certa, arrancam aplausos de hidrófobos da direita mais tacanha como Reinado Azevedo, Olavo de Carvalho, Augusto Nunes, Rodrigo Constantino, Marco Antônio Villa, Diogo Mainardi e assemelhados.

As frases, os discursos, os coros e os gritos de guerra da ultra-esquerda nas ruas lembram ainda as postagens na internet, os comentários feitos pela militância virtual das trevas dia e noite. 

Me pego dando asas à imaginação para tentar entender os motivos que levaram a extrema-esquerda a merecer tão "ilustres" companhias. Examino algumas hipóteses.Me vem à cabeça o clássico "Esquerdismo, doença infantil do comunismo", de Lenin. Lembro também da guerra civil espanhola, quando Franco se beneficiou da guerra paralela travada no seio da resistência republicana.

Por fim, focando a atual conjuntura política do país, compartilho com amigos e amigas a seguinte indagação : será que a falta de votos e de expressão política e social turvou a mente dos ultra-esquerdistas brasileiros ?



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