Desce o pano.
O ex-presidente Lula entrou de novo em cena, com mais
determinação, após a convenção do PSDB, que homologou a candidatura de
Aécio Neves à Presidência. Neto de Tancredo, ex-governador de Minas
Gerais e, atualmente, senador da República Aécio, como tem feito,
endureceu o discurso contra o PT. Afirmou que um tsunami varreria os
petistas do Planalto, onde, ao contrário de São Paulo, governado há 20
anos pelos tucanos, haveria água suficiente para atender a todos os
sonhos.
FHC, tucano-mor, compareceu ao evento. O ex-presidente,
como se sabe, finge que acredita em eleições puras, incluindo a
reeleição dele próprio, embalada pela compra de votos no Congresso para a
aprovação da necessária emenda constitucional. A partir daí, passou a
envergar o surrado fardão da ética. O País, segundo ele, não quer mais
“os corruptos, os ladrões que ficam empulhando” o Estado.
Não era preciso mais. Foi o
suficiente para Lula dar as respostas que julgou convenientes. Ele
entrou em campo e mudou as regras do jogo. Tirou o governo do córner,
acuado por dificuldades econômicas, a pressão da mídia e a queda de
Dilma nas pesquisas de intenções de votos. Surgiu, então, a
possibilidade de realização do segundo turno.
Um segundo trunfo da presidenta é a extensa agenda de
programas do governo construída ao longo de quase quatro anos. Eis
alguns: Pronatec, Pro-Uni, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos.
Essa agenda terá papel importante no horário da propaganda
eleitoral gratuita na televisão e no rádio. Esse é o terceiro trunfo de
Dilma. Em princípio, ela terá perto de 12 minutos de programa. Isso
significa a metade do horário eleitoral ainda a ser oficialmente
definido e dividido com outros candidatos. Oficiosamente, os dois
maiores adversários da presidenta (Aécio Neves e Eduardo Campos) terão
pouco mais de quatro minutos e pouco menos de dois minutos,
respectivamente.
O tempo é pequeno. Longo, porém, para o discurso dos dois.
Além do palavrório vazio, não se conhece o programa de governo da
oposição.
Isso faz a diferença.
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