Cada governante tem seu estilo. O ex-presidente Lula, ser político por execelência, se comunicava como ninguém. Falava praticamente todos os dias direto para o povo, também como parte de uma estratégia de enfrentamento ao cerco da velha mídia. Já a presidenta Dilma é a discrição em pessoa. Mas anda exagerando. Boa parte dos problemas vividos pelo governo até agora poderia ser evitada se ela falasse um pouco mais. Não custa lembrar a lição do grande Chacrinha : "quem não se comunica ..."
" Não é um problema da Secretaria de Comunicação da Presidência. Só a presidenta pode fazer. Ela não é o Lula, mas tem de aparecer mais, clarear. Precisa se comunicar mais. " Essa opinião do veterano e competente jornalista Ricardo Kotscho, ex-ministro da Secom no primeiro mandato de Lula, publicada em matéria recente da Folha de São Paulo, bem que poderia servir de alerta para o Planalto. Até porque o bravo Kotscho é "vinho de outra pipa" e guarda uma distância enorme da turma PIG.
Puxando rapidamente pela memória, não é difícil identificar alguns episódios em que uma postura mais assertiva da presidente teria, no mínimo, evitado um desgaste tão desnessário quando artificial :
Sigilo eterno de documentos - O governo, na realidade, nunca teve essa posição. A presidenta Dilma foi, isto sim, sondada por Collor e Sarney para que abrisse uma execeção, em termos de sigilo por tempo indefinido, para alguns documentos relacionados à disputa de fronteiras e querelas com outros países. O Itamaraty, em princípio, chegou a embarcar nessa. O silêncio da presidenta deu musculatura à versão de que ela recuara de sua posição histórica e passara a defender o sigilo eterno. Depois da porta arrombada, o Itamaraty passou um pente fino nos documentos e reviu sua posição. Por fim, a minsitra Ideli entra em cena e diz que o governo aceita a decisão do Congresso.
Sigilo no orçamenento da Copa - Um caso típico de ação meritória do governo que teve efeito bumerangue. Mal explicado e divulgado pelo governo, a mídia "nadou de braçada" na disseminação da versão de que a sociedade e orgãos de fiscalização e controle teriam pouco ou nenhum acesso aos processos licitatórios das obras para a Copa do Mundo. É mentira. A Medida Provisória 527 apenar faculta ao governo a prerrogativa de não informar às empreiteiras o valor que pretende gastar nas obras. Com isso, a chance de se economizar dinheiro público nas obras cresce de forma significativa.
Restos a pagar de emendas parlamentares - Faltou explicar que o tão propalado recuo do governo em relação à prorrogação por três meses da validade do decreto que libera as emendas de 2009 não implica no desembolso de 4 bi de restos a pagar. Apenas as emendas que se transformarem efetivamente em projetos exequíveis por parte das prefeituras serão liberadas. Estima-se, portanto, a liberação de apenas um quarto desse valor.
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Hoje, passando, ouvi, na rua, dois sujeitos conversando. Um dizia: vô ti contá porque saí do centro espírita, vô ti contá! É que o santo, vô ti contá... E mais não ouvi. Mas a extraordinária comunicação contida naquele fraseado, a curiosidade que me despertou, me fez companhia por horas... Comunicação é um talento que, como dizia Noel a respeito do samba, não se aprende na escola...
ResponderExcluirAbs. Lima.